Não Haverá Cidades Ricas Sem Prefeitos Inovadores



Fonte da ilustração: http://valentimeccel.no.comunidades.net/

Como já mencionamos em outras ocasiões, o surgimento do conhecimento como fator estruturante da economia, neste início de século, tem obrigado países e organizações a repensar suas estratégias, ainda muito contaminadas por paradigmas de uma sociedade industrial que perde sua força a cada dia que passa.

O livro “Who’s Your City?”, de Richard Florida, professor e pesquisador norte-americano, 
ao que eu saiba, ainda não disponível em português, apresenta algumas cifras bem interessantes que fornecem um pouco mais de luz para os que se interessam em compreender os complexos fundamentos desta economia emergente, baseada no conhecimento.

Segundo o autor, o sucesso nos negócios na economia global dependerá crescentemente da compreensão do perfil, hábitos e preferências da chamada classe criativa, profissionais ligados aos setores de tecnologia da informação e comunicação, arquitetura, engenharia, educação, treinamento, artes, design, entretenimento, esportes, imprensa, gestão, finanças, saúde, marketing e outras atividades de alta sofisticação.

Dentre as muitas observações feitas por Richard Florida, na obra acima apontada, e em outros veículos de comunicação por ele coordenados ou frequentados, destacamos três delas para comentar neste espaço:

1. A classe criativa, neste início de século XXI, responde, nos Estados Unidos, por 31% dos postos de trabalho e 50% da massa salarial. As mesmas cifras para a indústria são de 23% e 20% respectivamente. No início do século XX, a industria era, de longe, o setor líder da economia, abrigando mais de 40% da força de trabalho contra apenas 10% dos postos ocupados pela classe criativa. (veja o mapa)


2. Mais do que os países, a economia mundial é hoje explicada por não mais do que 40 mega-regiões. Elas respondem por 17% da população, 2/3 do PIB e 85% das inovações globais. (confira o mapa de inovações)

3. Estas cifras, segundo o autor evidenciam que o mundo não é plano como sugere a obra de Thomas Friedman, e sim bicudo, pontiagudo. As pessoas, os talentos cada vez mais escolhem onde querem trabalhar, e esses locais, pelo conjunto de atributos requeridos, como qualidade de vida, facilidade de acesso, diversidade, opulência cultural, entre outros, são escassos e diferenciados em relação a outros territórios.

Será que os prefeitos empossados no início do ano estão conscientes desta mudança de paradigma? Eles podem estar sentados em inexploradas minas de ouro que devem ser garimpadas não mais com pás e picaretas, ou seja com procedimentos ultrapassados atrelados a era industrial, e sim com educação, políticas públicas inovadoras e muita ousadia. A riqueza, como aponta o livro, será construída cada vez mais por pessoas talentosas. As cidades que quiserem permanecer grandes ou as que pretendem atingir este patamar devem cativar essa turma, que produz riqueza sem degradar o meio ambiente.

Para concluir, conclamo-os a dar uma espiada no site do Richard Florida, ele dispõe de um conjunto bastante amplo de cifras, mapas e comentários sobre a revolução silenciosa provocada pela classe criativa. Convido-os também para uma lerem "10 Dicas para Prefeitos Inovadores", já publicada neste  observatório. Quem tiver interesse, mãos a obra, isto é, a cabeça a obra.

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